sexta-feira, 31 de outubro de 2008

Homem mais alto do mundo atrai atenção da mídia



Sua altura extraordinária manteve Leonid Stadnik preso a uma minúscula vila ucraniana por anos, mas agora o homem de 2,53 metros está vendo seus horizontes crescerem para acompanhar seu tamanho.

Veja fotos do homem mais alto do mundo

Até esta primavera, Stadnik, de 33 anos, tinha passado a maioria de seus dias em Podoliantsi, uma pobre vila no Noroesta da Ucrânia.

Conforme ele cresceu, sua vida parecia diminuir. Ele teve que deixar de trabalhar como um veterinário em uma fazenda de gado, três anos atrás, depois que seus pés tiveram problemas de congelamento porque ele não pôde comprar sapatos adequados. Vivendo com uma pensão equivalente a R$ 90 mensais, ele tentou encher seus dias com jardinagem e ajudando na apertada casa de sua mãe.

Então jornalistas, incluindo a Associated Press, ouviram falar dele e uma das histórias chegou aos ouvidos de um alemão que dizia ser um parente distante e o convidou para uma visita. O alemão, que pediu para ser identificado apenas como Volodymyr, apareceu para buscar Stadnik em uma van adequada ao seu tamanho.

A viagem até a casa de Volodymyr, próximo a Baden Baden no Sudoeste da Alemanha, demorou exaustivas 25 horas e, depois de chegarem, Stadnik teve que dormir em uma mesa de bilhar. Mas, segundo Stadnik, valeu cada desconforto.

Ele pôde provar pernas de rã em um elegante restaurante. Ele viu uma montanha-russa em um parque de diversões. "Eu vi tanta coisa naquele mês, como não vi antes na minha vida", ele diz.

Isto incluiu se descobrir como o centro das atenções, com jovens alemães pedindo por autógrafos e médicos querendo examiná-lo.

Stadnik, cujo salto de crescimento começou aos 14 anos, depois que uma operação no cérebro aparentemente estimulou sua glândula pituitária, ainda está crescendo. Ainda não há indicação se ele poderá superar os 2,72 metros alcançados por Robert Wadlow de Alton, nos EUA, o homem mais alto de que se tem registro e que morreu em 1940.

Medidas recentes mostram que Stadnik já é sete centímetros mais alto que Radhouane Charbib, da Tunísia, listado pelo livro Guinness dos Recordes como o homem vivo mais alto do mundo.

O Guinness não está planejando nenhuma mudança, pelo menos por enquanto.

"No momento, nós ainda temos o homem da Tunísia como dono do recorde", disse a porta-voz do Guinness, Kate White. "Nós entramos em contato com Stadnik, mas ele parece um cara bastante tímido. Ele não nos quer por perto. Então temos que manter o que temos".

Toda a atenção deixou Stadnik perplexo. Durante sua visita à Alemanha, ele relembra, seu anfitrião passou uma reprimenda em alguns adolescentes que estavam incomodando. "Deixem ele em paz. Ele não é um bambu, ele não cresce quatro centímetros por dia", teria dito Volodymyr.

Houveram algumas frustrações durante a viagem. Em uma loja de sapatos para homens grande, eles não conseguiram encontrar um par em que coubesse o pé de 43 centímetros de Stadnik. "É legal, mas eu não gosto da cor", ele brincou sobre um par muito pequeno.

Finalmente com saudades de casa, ele decidiu voltar para ajudar sua mãe, Halyna, com a rotina de verão de sua vida no campo.

"É errado ficar sem fazer nada enquanto aqueles que eu amo estão trabalhando tão duro", disse Stadnik, embora ele sofra de constantes dores no joelho de carregar seu corpo de 200 quilos pela casa.

Sua mãe diz que o filho voltou um novo homem da viagem.

"Eu não me lembro de vê-lo tão inspirado", ela diz. "Antes, ele se concentrava em si mesmo e nos seus problemas, agora ele parece ter ganhado um segundo fôlego".

Quanto Stadnik voltou, encontrou uma cama nova, feita por carpinteiros da região. Antes, ele dormia em duas camas unidas no comprimento.

Ele também descobriu que seu periquito azul e amarelo, Kesha, tinha aprendido a imitar a campainha do telefone, das chamadas freqüentes que acompanharam a recente celebridade de Stadnik.

Mas o que o deixou mais emocionado foi um par de tênis que finalmente cabiam nos seus pés. Eles foram mandados por Jason Neswick, um nova-iorquino que havia lido sobre as dificuldades de Stadnik.

"Dizem que vivemos em uma era de avançada tecnologia, medicina e descobertas, mas ainda assim não somos capazes de ajudar alguém com nenhuma razão aparente para sofrer...", escreveu Neswick.

AP

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