terça-feira, 20 de setembro de 2011

O porteiro do prostíbulo!






Não havia no povoado pior ofício do que 'porteiro da prostíbulo.
Mas que outra coisa poderia fazer aquele homem?
O fato é que nunca tinha aprendido a ler nem escrever, não tinha nenhuma
outra atividade ou ofício.
Um dia, entrou como gerente do puteiro um jovem cheio de ideias, criativo e
empreendedor, que decidiu modernizar o estabelecimento.
Fez mudanças e chamou os funcionários para as novas instruções.
Ao porteiro disse:
- A partir de hoje, o senhor, além de ficar na portaria, vai preparar um
relatório semanal onde registrará a quantidade de pessoas que entram e seus
comentários e reclamações sobre os serviços.
- Eu adoraria fazer isso, senhor. - Balbuciou - Mas eu não sei ler nem
escrever!
- Ah! Quanto eu sinto! Mas se é assim, já não poderá seguir trabalhando
aqui.
- Mas senhor, não pode me despedir, eu trabalhei nisto a minha vida
inteira, não sei fazer outra coisa. - Olhe, eu compreendo, mas não posso
fazer nada pelo senhor. Vamos dar-lhe uma boa indenização e espero que
encontre algo que fazer. Eu sinto muito e que tenha sorte.
Sem mais nem menos, deu meia volta e foi embora. O porteiro sentiu como se o
mundo desmoronasse. Que fazer?
Lembrou que no prostíbulo, quando quebrava alguma cadeira ou mesa, ele a
arrumava, com cuidado e carinho.
Pensou que esta poderia ser uma boa ocupação até conseguir um emprego.
Mas só contava com alguns pregos enferrujados e um alicate mal conservado.
Usaria o dinheiro da indenização para comprar uma caixa de ferramentas
completa.
Como o povoado não tinha casa de ferragens, deveria viajar dois dias em uma
mula para ir ao povoado mais próximo para realizar a compra.
E assim o fez.
No seu regresso, um vizinho bateu à sua porta:
- Venho perguntar se você tem um martelo para me emprestar.
- Sim, acabo de comprá-lo, mas eu preciso dele para trabalhar ... já que..
- Bom, mas eu o devolverei amanhã bem cedo.
- Se é assim, está bom.
Na manhã seguinte, como havia prometido, o vizinho bateu à porta e disse:
- Olha, eu ainda preciso do martelo. Porque você não o vende para mim?
- Não, eu preciso dele para trabalhar e além do mais, a casa de ferragens
mais próxima está a dois dias de viagem sobre a mula.
- Façamos um trato - disse o vizinho.
Eu pagarei os dias de ida e volta mais o preço do martelo, já que você está
sem trabalho no momento. Que lhe parece?
Realmente, isto lhe daria trabalho por mais dois dias.... aceitou.
Voltou a montar na sua mula e viajou.
No seu regresso, outro vizinho o esperava na porta de sua casa.
- Olá, vizinho. Você vendeu um martelo a nosso amigo.
Eu necessito de algumas ferramentas, estou disposto a pagar-lhe seus dias de
viagem, mais um pequeno lucro para que você as compre para mim, pois não
disponho de tempo para viajar para fazer compras.
Que lhe parece?
O ex-porteiro abriu sua caixa de ferramentas e seu vizinho escolheu um
alicate, uma chave de fenda, um martelo e uma talhadeira. Pagou e foi
embora. E nosso amigo guardou as palavras que escutara: 'não disponho de
tempo para viajar para fazer compras'.
Se isto fosse certo, muita gente poderia necessitar que ele viajasse para
trazer as ferramentas.
Na viagem seguinte, arriscou um pouco mais de dinheiro trazendo mais
ferramentas do que as que havia vendido.
De fato, poderia economizar algum tempo em viagens.
A notícia começou a se espalhar pelo povoado e muitos, querendo economizar
a viagem, faziam encomendas.
Agora, como vendedor de ferramentas, uma vez por semana viajava e trazia o
que precisavam seus clientes.
Com o tempo, alugou um galpão para estocar as ferramentas e alguns meses
depois, comprou uma vitrine e um balcão e transformou o galpão na primeira
loja de ferragens do povoado.
Todos estavam contentes e compravam dele.
Já não viajava, os fabricantes lhe enviavam seus pedidos.
Ele era um bom cliente.
Com o tempo, as pessoas dos povoados vizinhos preferiam comprar na sua loja
de ferragens, do que gastar dias em viagens.
Um dia ele lembrou de um amigo seu que era torneiro e ferreiro e pensou que
este poderia fabricar as cabeças dos martelos.
E logo, por que não, as chaves de fendas, os alicates, as talhadeiras, etc
...
E após foram os pregos e os parafusos...
Em poucos anos, nosso amigo se transformou, com seu trabalho, em um rico e
próspero fabricante de ferramentas.
Um dia decidiu doar uma escola ao povoado.
Nela, além de ler e escrever, as crianças aprenderiam algum ofício.
No dia da inauguração da escola, o prefeito lhe entregou as chaves da
cidade, o abraçou e lhe disse: - É com grande orgulho e gratidão que lhe
pedimos que nos conceda a honra de colocar a sua assinatura na primeira
página do livro de atas desta nova escola.
- A honra seria minha - disse o homem. Seria a coisa que mais me daria
prazer, assinar o livro, mas eu não sei ler nem escrever, sou analfabeto.
- O Senhor?!?! - Disse o prefeito sem acreditar.
O senhor construiu um império industrial sem saber ler nem escrever? Estou
abismado. Eu pergunto:
- O que teria sido do senhor se soubesse ler e escrever?
- Isso eu posso responder. - Disse o homem com calma.
Se eu soubesse ler e escrever... ainda seria o PORTEIRO DO PROSTÍBULO!!!

Geralmente as mudanças são vistas como adversidades.
As adversidades podem ser bênçãos.

As crises estão cheias de oportunidades.

Se alguém lhe bloquear a porta, não gaste energia com o confronto, procure
as janelas.

Lembre-se da sabedoria da água:

'A água nunca discute com seus obstáculos, mas os contorna'. Que a sua vida
seja cheia de vitórias, não importa se são grandes ou pequenas, o importante
é comemorar cada uma delas.

Grande Abraço. Tudo de bom!

Isso realmente e verídico, contado por um grande industrial chamado Tramontina...

"Há um tempo em que é preciso abandonar as roupas usadas, que já tem a forma
do nosso corpo, e esquecer os nossos caminhos, que nos levam sempre
aos mesmos lugares. É o tempo da travessia: e, se não ousarmos fazê-la,
teremos ficado, para sempre, à margem de nós mesmos." (Fernando Pessoa)

domingo, 18 de setembro de 2011

Confiança




O menino estava sozinho na sala de espera do aeroporto, aguardando seu vôo.
Quando o embarque começou, ele foi colocado na frente da fila para entrar e encontrar seu assento antes dos adultos.
O menino foi simpático quando puxaram conversa com ele, e em seguida começou a passar o tempo colorindo um livro.
Não demonstrava ansiedade ou preocupação com o vôo enquanto as preparações para a decolagem estavam sendo feitas.
Durante o vôo a aeronave entrou numa tempestade muito forte, o que fez com que balançasse como uma pena ao vento.
A turbulência e as sacudidas bruscas assustaram alguns dos passageiros, mas o menino parecia encarar tudo com a maior naturalidade.


Uma das passageiras sentada do outro lado do corredor, ficou preocupada com ele e perguntou:
- Você não está com medo?




Não, senhora, respondeu ele, levantando os olhos rapidamente de seu livro de colorir e piscando um dos olhos, meu pai é o piloto!